segunda-feira, abril 23

Psicologia: Behaviorismo.

14.2 Psicologia: Behaviorismo.


O método dessa corrente privilegia os procedimentos que levam em conta a exterioridade do comportamento, o único considerado capaz de ser submetido a controle e experimentação objetivos. Suas experiências são ampliadas e aplicadas nos EUA por Watson e posteriormente por Skinner. O behaviorismo está nos pressupostos da orientação tecnicista da educação.



O Behaviorismo não é a ciência do comportamento humano, mas, sim, a filosofia dessa ciência. Algumas das questões que ele propõe são: É possível tal ciência? Pode ela explicar cada aspecto do comportamento humano? Que métodos pode empregar? São suas leis tão válidas quanto as da Física e da Biologia? Proporcionará ela uma tecnologia e, em caso positivo, que papel desempenhará nos assuntos humanos? São particularmente importantes suas relações com as formas anteriores de tratamento do mesmo assunto. O comportamento humano é o traço mais familiar do mundo em que as pessoas vivem, e deve ter dito mais sobre ele do que sobre qualquer outra coisa. E de tudo o que foi dito, o que vale a pena ser conservado?
Algumas dessas questões serão eventualmente respondidas pelo êxito ou pelo malogro das iniciativas científica e tecnológica, mas colocam-se alguns problemas atuais, os quais exigem que respostas provisórias sejam dadas de imediato. Muitas pessoas inteligentes acreditam que as respostas já foram encontradas e que nenhuma delas é promissora. Eis, como exemplo, algumas das coisas comumente ditas sobre o Behaviorismo ou a ciência do comportamento. Creio que são todas falsas.

1. O Behaviorismo ignora a consciência, os sentimentos e os estados mentais.
2. Negligencia os dons inatos e argumenta que todo comportamento é adquirido durante a vida do indivíduo.
3. Apresenta o comportamento simplesmente como um conjunto de respostas a estímulos, descrevendo a pessoa como um autômato, um robô, um fantoche ou uma máquina.
4. Não tenta explicar os processos cognitivos.
5. Não considera as intenções ou os propósitos.
6. Não consegue explicar as realizações criativas — na Arte, por exemplo, ou na Música, na Literatura, na Ciência ou na Matemática.
7. Não atribui qualquer papel ao eu ou à consciência do eu.
8. É necessariamente superficial e não consegue lidar com as profundezas da mente ou da personalidade.
9. Limita-se à previsão e ao controle do comportamento e não apreende o ser, ou a natureza essencial do homem.
10. Trabalha com animais, particularmente com ratos brancos, mas não com pessoas, e sua visão do comportamento humano atém-se, por isso, àqueles traços que os seres humanos e os animais têm em comum.
11. Seus resultados, obtidos nas condições controladas de um laboratório, não podem ser reproduzidos na vida diária, e aquilo que ele tem a dizer acerca do comportamento humano no mundo mais amplo torna-se, por isso, uma metaciência não-comprovada.
12. Ele é supersimplista e ingênuo e seus fatos são ou triviais ou já bem conhecidos.
13. Cultua os métodos da Ciência mas não é científico; limita-se a emular as Ciências.
14. Suas realizações tecnológicas poderiam ter sido obtidas pelo uso do senso comum.
15. Se suas alegações são válidas, devem aplicar-se ao próprio cientista behaviorista e, assim sendo, este diz apenas aquilo que foi condicionado a dizer e que não pode ser verdadeiro.
16. Desumaniza o homem; é redutor e destrói o homem enquanto homem.
17. Só se interessa pelos princípios gerais e por isso negligencia a unicidade do individual.
18. É necessariamente antidemocrático porque a relação entre o experimentador e o sujeito é de manipulação e seus resultados podem, por essa razão, ser usados pelos ditadores e não pelos homens de boa vontade.
19. Encara as idéias abstratas, tais como moralidade ou justiça, como ficções.
20. É indiferente ao calor e à riqueza da vida humana, e é incompatível com a criação e o gozo da arte, da música, da literatura e com o amor ao próximo.


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